Numa noite fria de outono Marcelo caminhava sobre à luz das estrelas.
Marcelo lembrava de tudo que havia perdido em sua vida. Levava dentro do bolso uma carta cujo texto que tinha finalizar mais tarde.. Seus olhos estavam cansados e seu rosto marcado pela tristeza.
Fechou o casaco até o pescoço. O vento estava frio demais. Acelerou nas passadas. Em seu coração, uma ponta de esperança.
Adentrou-se numa praça que ficava bem em frente à sua casa. Apesar do frio havia algumas pessoas que iam e vinham. Uma música tocava. Crianças brincavam. Cheiro de pipoca e de pastel.
Lembranças de sua família vieram à tona. Sentou-se numa mesinha que servia para jogos. Mas naquele instante precisava terminar a carta.
Suas mãos frias e grandes começaram a escrever. E o seu pensamento estava tão absorto em organizar as frases para a produção da carta que nem percebeu que a sua mulher estava bem na sua. frente.
_Vamos para casa. Nossos filhos estão esperando para comemorar o seu aniversário.
Ele sorriu e a abraçou. Iria entregar a carta depois. Ou talvez nem entregasse mais. A carta deixou de ter sentido. Que importava agora?
Naquela noite, depois da comemoração, convidou os filhos e a mulher para admirar as estrelas da janela da sala de estar.
Votos de amor foram renovados. Estavam juntos. Marcelo não havia perdido o principal de sua vida e agora agradecia a Deus: pela sua família. E isso já bastava para prosseguir.
Autoria: Rosangila Romanin
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