quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Divisor de águas


Mariana levava uma vida mansa. Como a brisa da manhã. Não sabia o que era pressão do dia a dia.

Sua vida se resumia em acordar tarde, ir para escola, dormir. Aos finais de semana passeava com os pais para
o Campping ou para o shopping mais próximo.

Tinha 16 anos. E não tinha ideia da profissão que iria exercer. Gostava de maquiagem, testar novos produtos de
beleza. Nunca foi paranóica com o seu peso. Mas era extremamente cuidadosa e vaidosa com os seus cabelos.

Num domingo, de volta de um passeio com os seus pais. Um carro veio na contramão e se chocou com o carro. Um acidente de proporções assustadoras.
Os pais morreram na hora. Mariana ficou internada por um mês. Havia ferimentos por todo o corpo, barriga, pernas
e cabeça.

Os parentes vieram e lhe contaram a verdade. Ficou por uma semana sem falar. Estarrecida. Olhar fixo na parede.
Parecia alheia a tudo.

Chamaram uma psicóloga. Um padre. Depois um pastor. E por fim, não chamaram mais ninguém.

No dia da sua alta. Mariana falou. Perguntou para onde iria.

Os parentes entreolharam-se. E explicaram: Não havia mais casa. Teria que ir para a casa de um deles.

Mariana olhou cada um dos parentes que tinha que escolher. E ficou em silêncio. Fechou os olhos.

Preferia ir para um abrigo de menores, mas não iria com eles.

Estava decidido. Iria para qualquer lugar. Pegou a bolsa. Disse um muito obrigada e saiu apressadamente.

Ao chegar na rua. Respirou fundo. Começou a caminhar. Seus passos eram lentos no início, depois as passadas
eram mais velozes.

E caminhou em direção do sol, do pôr do sol, depois da lua. As estrelas brilhavam no céu.

Faltava pouco para chegar.

Esse era o divisor de águas que tanto temia que acontecesse. Mas aconteceu. Agora, só queria chegar logo. Faltava pouco...

Texto fictício de minha autoria.


Um comentário:

  1. Querida amiga

    Embora fictício o texto,
    a todo momento existem
    divisores de águas em nossa vida.

    Assim nos construímos
    quando entendemos a lição,
    ou naufragamos,
    quando interpretamos
    tudo como injusto.
    Palavras profundas,
    para ler e pensar...

    Que sempre haja tempo para os sonhos
    em tua vida.

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